cidade dos muros

Luana Rafaella Bezerra – Antropologia II

Quando a cidade ainda é desejável
Segundo a autora, há um apelo ao velho estilo de vida oferecido pela cidade, e a tradição em lugar de transformação (oposição/negação). Estar no coração da cidade ainda parece ser atraente para alguns; ainda mais se o lugar for valorizado por sua proximidade aos rios e a civilização.
Em anúncios da classe média, por exemplo, mesmo quando o espaço disponível por apartamento é de 72m², todos os conceitos possíveis do “novo conceito de moradia”, têm de ser espremidos na incorporação. Outro ponto importante nessa perspectiva é que para atrair a classe média baixa e a classe trabalhadora, os anúncios precisam mudar algumas de suas ênfases; um exemplo é mencionar a existência de transporte público. Outro ponto importante encontrado em alguns anúncios é a antipatia em relação à parte central da cidade e a algumas ideias associadas a vida na cidade. Esses anúncios tentam capitalizar a infraestrutura pública e urbana dos bairros junto à tranquilidade e os valores locais. Pessoas mais pobres não estão prontas a deixar a cidade e suas conveniências; ao contrário, estão ansiosas para tornar-se ainda mais urbanizadas, incorporar-se mais plenamente ao mercado de consumo.

Portas fechadas
Existe uma necessidade de cercar e fechar que afetou moradores pobres e ricos e transformou sua maneira de viver e a qualidade das interações públicas na cidade. Uma das imagens mais comuns usadas para descrever sentimentos de insegurança e formas de lidar com eles foi a das portas fechadas.
Moradores em todos os bairros acham que precisam de cercas, muros, grades, barras na janela, luzes especiais e campainhas com interfone. Visitar um vizinho significa passar por chaves, travas e interfones, mesmo nas áreas mais pobres da cidade. É comum, hoje, sentimentos de aprisionamento que estragam os prazeres que uma casa própria deveria oferecer.
O “novo conceito de moradia” é hegemônico na cidade e a segurança é um