Muros que falam: narrativas juvenis nas ruas da cidade
Alessandra Oliveira ARAÚJO[2]
Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE
RESUMO
Este artigo relata o desenvolvimento da pesquisa “Muros que Falam: Narrativas Juvenis nas Ruas da Cidade” que tem como objetivo conhecer as narrativas dos jovens pichadores que cometeram atos infracionais e os sentidos elas vão adquirindo para os jovens ao serem socializadas. Para isto, juventude, comunicação, cidade e experiência serão as principais categorias de análise desta pesquisa. Machado Pais, Jesús Martín-Barbero (2006), Angela Prysthon (2006), Jorge Larossa (2003) serão alguns dos autores escolhidos para fundamentar a discussão teórica desta pesquisa e a metodologia irá combinar a pesquisa autobiográfica, desenvolvida por autoras como Marie-Christine Josso (2004) e Christine Delory-Momberger (2008) e a pesquisa-ação, de René Barbier (2007).
PALAVRAS-CHAVE: juventude; comunicação; cidade; experiência; grafite.
1. Introdução O presente artigo apresenta da pesquisa intitulada “Muros que Falam: Narrativas Juvenis nas Ruas da Cidade”, que foi pensada após uma pesquisa anterior, iniciada em abril de 2010, que teve como objetivo descobrir quais são os produtos de comunicação feitos pelos jovens da cidade de Fortaleza, do que falam e como estes jovens estão reescrevendo a própria história ao narrar, filmar, fotografar e postar outras. A pesquisa iniciada em 2010 cadastrou trinta grupos de jovens comunicadores que usavam os mais variados meios de comunicação, entretanto ficou evidente a necessidade de aprofundamento da análise com a escolha de um grupo para que fossem adotados procedimentos de investigação mais detalhados. Assim, surgiu a proposta de analisar os muros da cidade como meio de comunicação e escolher um grupo de jovens que não se sentem ouvidos pela sociedade. Este artigo, então, apresenta o projeto de pesquisa criado com o intuito de investigar os jovens pichadores que