História da pixação em fortaleza-ce
Segundo Diógenes (1998), a história de formação das cidades é quase sempre recortada pela ação de grupos que se colocam como outsiders6, agentes desestabilizadores do ideal de ordenação. O grafite e a pixação são meios pelos quais os jovens de periferia encontraram de visitar e invadir de forma simbólica o centro da cidade, ou seja, uma maneira de contestação e inscrição no espaço destinado apenas à riqueza. Tanto o graffiti como a pichação usam o mesmo suporte – a cidade – e o mesmo material (tintas). Assim como o graffiti, a pichação interfere no espaço, subverte valores, é espontânea, gratuita e efêmera. Uma das diferenças entre o graffiti e a pichação é que o primeiro advém das artes plásticas e o segundo da escrita, ou seja, o graffiti privilegia a imagem; a pichação, a palavra e/ou a letra. (GITAHY, 1999, p.19)
No programa Sem Fronteiras: Plural pela Paz da rádio Universitária FM 107,9 da Universidade Federal do Ceará participei7 juntamente com os artistas urbanos Narcélio Grud8 e Robézio Marques9 da discussão sobre o tema Arte Urbana em Fortaleza. Diante de conversas e apresentação dos trabalhos realizados por cada um dos convidados, o apresentador e produtor Henrique Beltrão pergunta sobre o que diferencia grafite de pixação. Narcélio Grud que foi integrante mascote do grupo de pixadores F.G. “Feras dos Grafiteiros” discorre que ambas são práticas de intervenção urbana que estão alocadas nas ruas, mas que nós brasileiros tivemos a sorte de possuir um outro termo, pixação, para diferenciar essas duas práticas.
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Outsiders6 : categoria do sociólogo Norbert Elias que no livro “Os estabelecidos e os outsiders” fala que os outsiders numa comunidade estudada era um grupo de pessoas recém-chegadas que não eram aceitos coletivamente pelos estabelecidos, grupos de morados mais antigos. Pois os estabelecidos sentiam seu poder de