Os muros eternos: o charpi na cidade de teresina.

4675 palavras 19 páginas
XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS NORTE E NORDESTE e PRÉ-ALAS BRASIL. 4 á 7 de Setembro de 2012, UFPI, Teresina-PI. GT 19: Juventudes, territorialidades e identidades.

Os Muros Eternos: o charpi na cidade de Teresina.
John Wedson dos Santos Silva1 johnywedson@hotmail.com

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Bacharel (2009) e licenciado (2012) em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Desde 2007 é integrante do Núcleo de Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente – NUPEC/UFPI. Atualmente é colaborador em investigação sobre Bandas Juvenis em Teresina.

Tsss, tsssss2... Uma lata de tinta spray reproduz uma criação imagética no muro de um cemitério, no alto de um prédio, numa ponte, em algum não-lugar de Teresina. É noite. Ninguém conhece o autor daquela criação. Poucos conhecem a prática. Que sujeito é esse? O que caracteriza essa prática? Como se processou o charpi 3em Teresina? Quem o trouxe? Quem o vivenciou? E, por fim, que leituras sociológicas são possíveis sobre essa manifestação juvenil contemporânea? A jornalista Phydia de Athayde sugere que a pichação no Brasil “começou com o abafado grito ‘abaixo a ditadura’, pichado nas sombrias noites do Brasil dos anos 60” (SOUSA, 2007, p. 13), em outras palavras, a autora relaciona a origem da prática aos movimentos contra a ditadura militar implementada logo após o golpe de 1964. Entretanto, nos finais do regime ditatorial, “essa prática foi se popularizando e perdendo seu exclusivo caráter político. As pichações já não pediam somente a cabeça desse ou daquele governante, mas declaravam amor, faziam piadas ou simplesmente exibiam o nome dos seus autores” (GITHAY, 1999, p. 21). Em Teresina o que se sabe até o momento é que a pichação, na forma do charpi, teve inicio na década de 1990, quando ouve a incorporação de um alfabeto estilizado com letras variadas oriunda da cidade de Fortaleza. Assim, fazendo uso do neologismo charpi, formaram-se os primeiros grupos de pichadores

teresinenses. Com a inversão silábica na

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