Resumo do texto Cidade de Muros
AUTORA: Teresa Pires do Rio Caldeira
A cidade e o espaço urbano são organizados segundo padrões de diferenciação e segregação espacial e social. Segundo o texto, existem três formas de segregação que determinaram o espaço urbano de São Paulo:
Fim do séc. XIX até 1940: cidade concentrada, diferentes classes sociais convivem juntas, havendo segregação apenas por padrão de moradia;
Anos 40 a 80: modelo centro-periferia, em que grupos sociais estão separados por grandes distâncias;
80 até atualmente: enclaves fortificados, caracterizada pela proximidade entre diferentes classes, que são segregadas por muros e sistemas de segurança.
Vivemos atualmente, não só em SP, lado a lado aos enclaves fortificados. Percebe-se a frequente privatização de espaços, fechados e monitorados, muitas vezes sob justificativa de medo da violência e do crime. Estes ferem a direito a livre circulação e acessibilidade.
Um exemplo claro de segregação por enclaves fortificados em Belo Horizonte é a relação entre o bairro São Pedro e a favela Morro do Papagaio. Apesar de serem vizinhos e diretamente confrontantes, não há nenhuma rua entre a favela e o bairro que os interliguem, as possibilidades de interação são descaradamente evitadas, embora a vista das janelas de grande parte dos apartamentos ocupados pela classe média tenha como vista o barraco do vizinho favelado. Praticamente todas as ruas possuem uma ou mais guaritas, além é claro dos sistemas de segurança e muros altíssimos de cada edifício.
O processo de modificação do espaço urbano em SP se inicia com a industrialização: a oferta de trabalho atrai muitos novos trabalhadores e investidores, fábricas e comércios se erguem em meio a um espaço caótico. Inicialmente, elite e trabalhadores viviam próximos, mas já se observava uma tendência de que a elite ocupasse as partes mais altas da cidade e os trabalhadores as partes mais baixas e próximas aos rios. Além disso, a diferenciação também se dava pelo