Assedio moral nas Organizações
Diante da importância do tema nas relações de trabalho e na vida dos seres humanos, o presente capítulo propõe-se a discutir o assunto, buscando estabelecer seu conceito, identificar os ambientes organizacionais mais favoráveis a sua prática, identificar as formas de assedio, quem assedia e quem é assediado, suas consequências para a vida humana e para as organizações e alguns caminhos para barrar o processo.
Em busca de um conceito de assédio moral
A forma de assedio que nos interessa no momento é aquela que atenta contra a moral das pessoas e no trabalho pode ser entendida como “qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitudes) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”.
Apesar de ser um fenômeno antigo, tornou-se mais acentuado na sociedade atual como conseqüências do estímulo ou no mínimo da banalização das injustiças e dos maus tratos a que as pessoas são submetidas, em especial nas organizações produtivas, que estão preocupadas com o lucro econômico em detrimento do crescimento e do bem estar dos seres humanos.
No assédio, o indivíduo é que é visado. Ele passa a ser maltratado, sem saber por quê, iniciando um processo de suposições e busca de respostas, em que quase sempre não conta com apoio dos colegas, que, por convivência ou por medo, omitem-se do processo. Ainda existem os maldosos, que confirmam nada estar acontecendo e que tudo não passa da imaginação fantasiosa do agredido. Em tais situações, a omissão torna-se cumplicidade, colocando o omisso na mesma situação de responsabilidade de quem efetivamente pratica ou praticou o ato perverso.
O assédio moral é um ato perverso, pois visa manipular o outro e desapossá-lo de sua liberdade. Começa com algo inofensivo, como brincadeira, e evolui para maus tratos e manobras hostis e degradantes. Agregam-se a ele, quase