Fundamentação da Metafísica dos Costumes
Em sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant, afirma que o fundamental na avaliação de uma conduta moral é a intenção de quem a praticou, independentemente dos efeitos que tal conduta possa vir a provocar. E a melhor intenção é aquela que se volta para o cumprimento do dever, uma vez que, para o filósofo, o dever tem sua origem em um princípio racional.
A formação da vontade conforme a razão é o que produz a qualidade moral das ações humanas. Essa intenção bem determinada em relação à aceitação e ao cumprimento do dever é o que ele designa boa vontade. Para Kant, a boa vontade é o que caracteriza a ação moralmente correta. Isto comprovasse no fragmento do texto a seguir:
Uma vez que despojei a vontade de todos os estímulos que lhe poderiam advir da obediência a qualquer lei, nada mais resta do que a conformidade a uma lei universal das ações em geral que possa servir de único princípio à vontade, isto é; devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. ( KANT, 1786:117)
Sendo assim, o motivo moral da boa vontade é agir por dever. O móvel moral da boa vontade é o respeito pelo dever, produzido em nós pela razão. Obediência a lei moral, respeito pelo dever e pelos outros constituem a bondade da vontade ética.
Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant justifica a necessidade do Imperativo Categórico, que significa algo que se impõe imediatamente, sem misturar os interesses. A doutrina do Imperativo Categórico, afirma que um comportamento pode ser considerado moral quando é universalizado, isto é, quando se prende a uma norma que vai além da utilidade ou do interesse pessoal. Existem segundo Kant, comportamentos que a consciência reconhece como certos ou errados em si, independentemente das conseqüências e da situação específica em que se desenvolvam. Mas se um comportamento se fixa no imperativo categórico,