Antropologia da Alimentação
Aspectos da cultura, da relação social da alimentação, e o posicionamento de homens e mulheres do período colonial.
A alimentação é fator essencial na rotina diária da humanidade, não apenas por representar uma necessidade básica, mas principalmente como a expressão de julgamentos e valores bem como formas de sociabilidade e de organização grupal. Ao refletir sobre alimentação humana, Claude Fischler define muito claramente a relação que o ato de se alimentar representa: “Comer é um ato vital, sem o qual não há vida possível. Incorporando os alimentos, nós os fazemos aceder ao auge da interioridade. Os vestuários, os cosméticos, estão apenas em contato com o nosso corpo; os alimentos devem ultrapassar a barreira oral, se introduzir em nos e tornar-se nossa substancia intima. Há então, por essência, alguma gravidade ligada ao ato de incorporação: a alimentação é o domínio do apetite e do desejo gratificados, do prazer, mas também da desconfiança, da incertitude e da ansiedade”. Da mesma forma, considera-se a comida relacionada com o arbitrário cultural, ou seja, com uma classificação estabelecida culturalmente. O homem se alimenta de acordo com a sociedade que pertence e ainda mais precisamente ao grupo ao que este inserido, estabelecendo diferenças e limites precisos. O que pode- se considerar também a relação existente entre considerar uma comida como boa e ruim, estabelecendo prescrições e proibições. Como é o caso dos tabus alimentares que são uma interdição ou proibição a ingestão de certos alimentos que são considerados sagrados, integrados a uma situação mística, e essas restrições são normalmente de ordem religiosa. A questão de delimitar uma cozinha como sendo própria de cada povo, leva em consideração vários fatores, como as fronteira geográficas e, além disso, as diferenças alimentares existentes dentro de cada sociedade esta muitas das vezes relacionadas a estrutura social ou seja, a renda da população. Como por exemplo, o