Resenha antropologia da alimentaçao
A alimentação é, após a respiração e a ingestão de água, a mais básica das necessidades humanas. Além de uma necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais, sexuais, políticos, religiosos, éticos, estéticos, entre outros. A fome biológica distingue-se dos apetites, expressões dos variáveis desejos humanos e cuja satisfação não obedece apenas ao curto trajeto que vai do prato à boca, mas se materializam em hábitos, costumes, rituais, etiquetas. Assim como a respiração e o sono fazem parte das necessidades básicas do homem, a comida também é expressão dos desejos humanos. A história da alimentação abrange, portanto, mais do que a história dos alimentos, de sua produção, distribuição, preparo e consumo. O que se come é tão importante quanto quando se come como se come e com quem se come. As mudanças dos hábitos alimentares e dos contextos que cercam tais hábitos é tema intrigado que envolve a correlação de inúmeros fatores. A alimentação é um fenômeno cujo estudo foi estabelecido nos últimos dois séculos a partir de quatro diferentes enfoques: o biológico, o econômico, o social e o cultural. A história da alimentação, dessa maneira, abrange ao menos quatro grandes aspectos: os aspectos fisiológico-nutricionais, a história econômica, os conflitos na divisão social e a história cultural. O papel dos historiadores da alimentação, segundo a perspectiva das ciências humanas, deveria ser o de enfocar ao menos a demanda por comida dentro de uma economia de subsistência e no interior dos mercados, as diferentes maneiras de conhecer, obter, adquirir, estocar, transportar e preservar alimentos, os diferentes tipos de mercadorias, os preços; as formas e técnicas de preparação; as formas de consumo; o ambiente sócio-cultural e as avaliações individuais e coletivas como as diferenças entre pratos ordinários e festivos, comida como divisão social, e como ação simbólica, religiosa e comunicativa; os conteúdos nutritivos e