ANTROPOLOGIA E ALIMENTAÇÃO
A importância de entender a alimentação e o alimento leva à formação de um campo fundamental para os estudos antropológicos, tanto para os dias de hoje quanto para a tentativa de entender os caminhos da evolução humana. O estudo da alimentação ajuda a entender as conexões de várias espécies com o ambiente e as ligações intra e interespécies, como as relações de dependência, o comensalismo, a competição, etc..
Citações revelam interesses comuns entre os estudos voltados a tempos remotos e aos de hoje, como é o caso da referência à sociabilidade, sendo sugerido que o lugar das mulheres no processo de preparo e distribuição dos alimentos deve ter sido fundamental para o desenvolvimento da comunicação, e que os numerosos trabalhos de análise dos dentes fósseis de hominídeos, lançaram alguma luz sobre a dieta principal da espécie. Relacionando dentes e cérebro, os estudos puderam traçar diferenças importantes entre os australopitecos e o Homo, tendo este, com o aumento da capacidade craniana, ajudado a encontrar novos alimentos, ampliando assim sua base econômica, levando ao desenvolvimento de um sistema social de apoio a esse novo tipo de economia.
Crenças, tabus alimentares e motivações para as mudanças de hábitos alimentares foram amplamente exploradas pelas ciências sociais, sendo desenvolvidas numerosas etnografias dos hábitos alimentares, buscando interpretá-los culturalmente, uma vez que tanto o que se come quanto o que não se come expressam inúmeros significados.
O antropólogo francês Claude Fischler, identifica em textos recentes, certos animais que são consumidos em determinadas regiões, e abominados em outras, como por exemplo, diversas etnias indígenas da América do Sul consomem algumas espécies de formigas, porém, em países europeus por exemplo, seria algo impensável. De acordo com Fischler, a restrição severa para determinados alimentos não se baseia na fisiologia, mas em um sentimento de ordem moral ou estético.
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