Analise da Constituição Espanhola
A história da Espanha é marcada pelo esforço, fé, sentido de hierarquia, entusiasmo e individualidade, características do alquebrado cavaleiro da Mancha, pele sobre ossos, que personificou sua gente. Espanhol por excelência, Dom Quixote é, também, a metáfora do declínio del siglo de oro de Carlos V e Filipe II. O país do autor de Dom Quixote não era uma monarquia centralizada, a coesão administrativa e política só lograria êxito no século XVIII. Na época de Cervantes o que se concebe como Espanha era um agregado de regiões relativamente autônomas em relação à liderança de Castela. A primeira parte desse trabalho enfocará a formação do Estado durante os séculos IX a XV, momento em que seu povo emerge para a rápida expansão, excede a Espanha os limites que a temeridade dos homens impõe; ergue-se altiva e valente enquanto tombam o Marrocos, a Itália, os Países Baixos e boa parte da América. O ápice de sua glória se deu na Batalha de Lepanto, em 07 de outubro de 1571, data em que a Europa ficou livre da ameaça marítima dos turcos; vitória que permaneceria latente na lembrança de um de seus soldados, Miguel de Cervantes. A segunda parte apresentará o desenvolvimento histórico da importante forma de autonomia territorial sob a qual se divide o país, bem como sua atual estrutura de Estado e separação de poderes. Queira, caro leitor, apreciar nosso trabalho à maneira de um apresentação, um simples olhar, sobre história e repartição política muito mais interessantes dos que as expostas aqui.
I – Formação do Estado
No final do século VII consumou-se a assimilação dos godos aos hispano-romanos. Desse período há traços políticos que perduraram durante séculos, porém, a presença do clero na constituição das formas de poder da Ibéria pré-moura é o mais marcante, fato presente na formação do Estado, como veremos.
A autoridade civil visigótica era baseada na eclesiástica, essa santifica o poder absoluto do rei e,