Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - ICHS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA - LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICAS
SKIDMORE, Thomas E. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro O autor em sua obra tenta compreender um momento central para a explicação do racismo na sociedade brasileira. Seu estudo ajudou a recolocar em pauta esse tema agudo da realidade nacional. Com base nos escritos e discursos de uma grande gama de cientistas, políticos e romancistas, o livro revela que a “inteligência” local, influenciada por padrões e formas europeus, procurou acomodar as teorias racistas então em voga – que consideravam o negro inferior e condenavam a mestiçagem à situação local.
A solução original encontrada foi o “branqueamento” da sociedade, por meio da imigração europeia. Skidmore mostra, no entanto, como as ideias deterministas foram gradualmente cedendo lugar a novas perspectivas, que davam ênfase aos aspectos positivos da miscigenação e acabou por produzir um consenso sobre a existência de uma “democracia racial” no país, tese que gerou uma percepção distorcida do racismo brasileiro. A obra de Skidmore discute três questões fundamentais: a primeira é a irresistível comparação com os Estados Unidos em relação às concepções de raça e racismo. Essa questão perpassa todo o livro, insistentemente considerada. A segunda é a imbricação entre tais noções e o pensamento político do Brasil. E, por fim, não menos importante, o modo como a intelectualidade brasileira enfrentou as teorias científicas e racistas na virada do século XVIII para o século XIX.
Até a abolição, segundo o autor, raça não representava nenhum dilema para o país. Os africanos escravizados constituíam a raça ideal para o trabalho rural ou urbano, pensavam os membros da elite senhorial. A dúvida, porém, instalou-se com a possibilidade desses homens não apenas adquirirem a liberdade, mas