ética e cientificismo
A que se refere o “saber ético”?
O “saber ético” se refere ao conhecimento sobre as ações humanas levando em consideração toda a complexidade que o estudo envolve, a partir da própria complexidade que envolve o homem em si, nas suas contradições, incertezas e conflitos existenciais. É nesse processo histórico-social, então, que ocorre toda a complexidade ética. De acordo com Morin, “a complexidade ética deve tornar-se lei universal, comportando problemática, incerteza, antagonismos internos, pluralidades.” (MORIN, 2005, p.58)
“A consideração de toda essa complexidade, a partir dos efeitos inesperados ou perversos do ato, exige “trabalhar pelo pensar bem”, conforme a expressão de
Pascal, ou seja, pensar de maneira complexa.” (MORIN, 2005, p. 59). Como evidenciam Grégoire Nicolis e Ilya Prigogine, apud Pavlou, (2005, p. 255), “a característica essencial do comportamento complexo é a habilidade de executar transições entre estados diferentes. Complexidade diz respeito a sistemas em que a evolução, conseqüentemente a história, desempenha ou desempenhou importante papel no comportamento observado.”
Contudo, frente às incertezas e angústias, revoltas e sofrimentos humanos, o “saber ético” não exclui o valor de sua aplicação prática no agir humano. Assim, procura estudá-lo em suas múltiplas dimensões – nas relações pessoais, nas influências de uns sobre os outros, nas conexões com outras ciências, nas diversas formas de leis e, enfim, na coerência histórica no tempo/espaço que delimita a passagem cultural de cada sociedade, imprimindo, por outro lado, a noção de um relativismo moral, o que faz desse saber um estudo científico.
As experiências observadas, ainda na forma empírica, caracterizam a fonte especulativa para esse conhecimento - o da natureza humana em suas relações -, fazendo dele uma “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”, conforme Vãzquez. ( 1996, p.12). Assim, surge a moral para dar normas