Mitos da Ciência
RESUMO
Este artigo tem por objetivo abordar epistemologicamente os mitos da ciência: Cientificismo, Objetividade e Neutralidade. O mesmo aponta questões éticas que estes mitos suscitam e algumas considerações de alguns filósofos da Escola de Frankfurt. A ciência defende que a produção de seu conhecimento visa a melhoria dos seres humanos, mas não há como olhar para nossa sociedade, para o mundo sem reconhecer os malefícios que aquela provoca. A reflexão acerca da ciência e suas consequências não é mais somente tarefa do filósofo, hoje é também compromisso do cientista epistemólogo.
PALAVRAS-CHAVE: Mitos da Ciência; Questões éticas
INTRODUÇÃO
Em meados do século XVI, a ciência começou a se caracterizar pela experiência, isto é, por aquilo que se dá na prática concreta. Esta característica leva muitos a pensarem que só é real e verdadeiro aquilo que é comprovado pela ciência, que se manifesta diante dos nossos olhos. É com este pressuposto que a ciência, mitificando-se, incute na humanidade que ela é a mais adequada para falar do conhecimento e da verdade em relação às outras áreas do saber.
Os mitos científicos estão associados à noção de progresso, de evolução, encobrem os malefícios que a ciência produz. Os mitos da ciência não devem ser entendidos como algo que se opõe à razão, pelo contrário, é uma razão muito bem elaborada. Entretanto, o que é interessante notar é que eles são admirados por uma razão passiva, não os desvela quem assim os olha. Os mitos da ciência têm um alto preço para a humanidade, são ideológicos, manipuladores.
A confiança exacerbada no conhecimento científico torna possível o mito do cientificismo, sendo a crença de que a ciência é a única forma fidedigna de conhecimento, crença na capacidade ilimitada da ciência de conhecer e explicar tudo, além de se crer que ela é perfeita e caminha sempre em direção ao