Mito, religião e ciência
O mundo surgiu por acaso e segue a lógica da evolução, ou foi criado e se modifica conforme a vontade divina? O debate que atravessa séculos surgiu com a própria história do conhecimento humano, e no encalço dessas questões a polêmica esbarra no status de verdade única conferido tanto ao saber religioso quanto ao saber científico.
O sapiens de nossa espécie
Para qualquer brasileiro que um dia procurou se informar e se importou com a situação de nosso país, nossas florestas, nosso povo e futuro, o questionamento acima acaba sempre se fazendo presente, mais cedo ou mais tarde. Mas se nos traz dor, questionamentos, preocupações e frustrações, por que então continuamos? Por que buscamos mais e mais conhecimentos? Embora apenas desabafando, Venturini apontou, com precisão filosófica, para um ponto vital: tão importante quanto buscar e gerar conhecimentos, é saber porque o fazemos.
A função mais básica do conhecimento é biológica: o que nós e outros animais aprendemos nos auxilia na peleja pela sobrevivência. Contudo, uma vez satisfeitas as necessidades do corpo, o conhecimento humano, ao contrário daquele de outros animais, continua prosseguindo indefinidamente. De fato, nossa busca incessante por mais do que apenas satisfazer as necessidades do corpo constitui a mais importante das características que nos define como humanos. Tão importante, que escolhemos esta característica para dar nome a nossa própria espécie.
O passo seguinte do conhecimento é fazer previsões. Para facilitar a compreensão deste ponto, consideremos um gráfico qualquer. A partir de três ou quatro pontos é possível traçar uma curva que explica (e faz previsões) sobre a tendência daqueles pontos. A capacidade de previsão do conhecimento funciona de modo semelhante. Depois de alguns pontos bem esclarecidos serem "plotados" no gráfico da mente, é possível traçar uma "curva" que indica aonde a coisa pode ir parar. O problema é que quando traçamos estas curvas para a