O mito da neutralidade da ciência
Todo cientista é um ser humano, antes de ser um cientista, ou seja, é um ser concebido no seio de uma sociedade, que possui por sua vez uma realidade social, econômica de cultura que irao influenciar juntamente com as motivações,vivencias pessoais as diversas escolhas e decisões que terá que fazer seja como cientista ou como simples cidadão.
Segundo Antônio Joaquim Severino, a existência humana se desenvolve em três dimensões: * Prática Social - Ao produzir seu meio de subsistência, os homens estabelecem entre si relações que são funcionais e caracterizada por uma coeficiente de poder; * Prática Produtiva - Pelo trabalho, os homens interferem na natureza com vistas a prover os meios de sua existência material, garantindo a produção de bens e a reprodução da espécie; * Prática Simbolizadora - As relações produtivas e sociais são simbolizadas em nível de representação e de apreciação volorativa. São os conjuntos de valores, crenças, ideologias, forma de interpretar e ver o mundo que visando à significação e legitimação da realidade social e econômica vivida pelo homem.
Essas três dimensões se articulam intimamente entre si, de tal modo que o desenvolvimento de cada uma repercute sobre as outras, num processo dialético permanente. Assim, se o modo de produção, de um lado, repercute no modo de formação social e se ambas repercutem sobre o modo de representação subjetiva dos homens, de outro, as suas representações mentais interferem na sua organização social e na sua atividade produtiva.
O cientista está inserido dentro dessas dimensões; a ciência também se desenvolver dentro dessas dimensões e não separada delas. Cada descoberta, avanço e aplicações das ciências impactam a vida do homem nas suas dimensões sociais, culturais e produtivas, gerando benefícios e malefícios. O desenvolvimento do conhecimento e sua aplicação prática,