Lógica
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO
Aula 3 – semana de 24 de fevereiro de 2014.
HÁ OBJETIVIDADE?
Ainda na investigação do conhecimento, a epistemologia traz indagações sobre se é possível o conhecimento sem influências de valores:
Nas ciências sociais: Max
Weber é um dos principais cientistas sociais a reconhecer o inevitável papel dos valores subjetivos na compreensão dos fatos sociais.
Nas ciências naturais: O debate com o texto de H.
Japiassu é reflexo das dúvidas sobre a objetividade até mesmo nas ciências naturais e exatas. Essas dúvidas surgiram no início do século XX no contexto do Círculo de
Viena e da discussão fundamental que travaram, na filosofia da ciência, os autores
Karl Popper, Thomas
Kuhn e Paul Feyerabend, sobre as noções de progresso, certeza e separação rigorosa entre ciência e metafísica. Esses são os próximos passos para compreendermos o quanto o raciocínio no direito pode ser objetivo, racional e lógico, bem como o quanto há de idealismo e realismo nas teorias jurídicas.
O QUE É O CIENTIFICISMO?
Para nos aproximarmos dessa questão, suponhamos, inicialmente que:
Vivemos um momento em que as ciências gozam de prestígio quase irrestrito nas sociedades ocidentais.
A ideia de progresso em todas as áreas está vinculada à ideia de desenvolvimento das ciências.
Não há verdade fora da ciência oficial. Culto ao “expert”.
“Discurso competente”
Os valores são desprezados como algo “externo”, alheio às ciências, que tratam da verdade do ser, com objetividade, e não do dever-ser.
Esse pensamento, essas práticas diuturnas de nossa sociedade atual são denominadas “cientificismo”, ou
“cientismo” contemporâneo, que defende a certeza e a neutralidade. Sobre isso, o filósofo maranhense Hilton Japiassu teceu algumas críticas:
O prestígio cego que nossa razão dá às ciências é do mesmo tipo que o misticismo dá aos dogmas religiosos.
“Progredimos” desde que a ciência produza consumo,