OS PERSONAGENS, A INDUSTRIALIZAÇÃO, A CRÍTICA ESTÉTICA E O “BOM GOSTO”
No ano de 1851 ocorre a Grande Exposição em Londres, organizada por Henry Cole, Owen Jones, Richard Redgrave e outros. Foi a primeira exposição universal, com o objetivo de mostrar os avanços da industrialização. Ela obteve tanto sucesso que fez com que estudantes se interessassem pelo design e as escolas inglesas investissem mais em seus cursos. Marcou o início da história crítica do design pois, a partir dela, começaram discussões sobre o tema.
Redgrave, nascido em Londres, foi um grande crítico. Junto à Henry Cole, supervisionou o Victoria and Albert Museum, grande museu de arte britânico. Foi peça importante para a reforma do ensino da arte. Ele acreditava que o bom gosto era algo que deveria ser ensinado e estimulado fundamentalmente e, sabendo diferenciar o essencial do ornamento, era possível achar o "caminho para o bom gosto". A utilidade, para ele, deveria sempre vir antes do ornamento. Em seu livro, Manual of design: Compiled from the writings and addresses of Richard Redgrave, afirma que o ornamento é secundário, pois se assemelha a um enfeite. Ele faz uma comparação com os bolos extremamente decorados que servem mais para chamar a atenção do que para serem consumidos, propriamente.
O que foi muito discutido sobre a Grande Exposição foi justamente o excesso dos ornamentos e cores, que eram preferidos pelas classes trabalhadora e média, que consideravam estes objetos de uma classe superior. No cenário de uma Inglaterra Vitoriana que foi marcada por um crescimento econômico e avanço industrial, encontramos uma indústria que trabalha com o foco no seu público, portanto, construíram-se objetos com grandes ornamentos, mas que não gastavam muito dinheiro nem tempo produzindo.
Henry Cole fundou com Redgrave e outros o The Journal of Design and Manufactures com o intuito de promover uma ideia geral do estilo inglês no século 19. Cole, sob o pseudônimo “Felix Summerly”, fundou o Felix