o silencio na clinica psicanalitica
RESUMO
É comum jovens terapeutas se referirem ao silêncio na análise como sendo um dificultador para a condução da análise, porém quando nos debruçamos na compreensão desse silêncio, descobrimos que ele denuncia algo do sujeito que nos aponta para uma condução possível. Neste sentido o silêncio assim como a fala do sujeito são aspectos importantes a serem considerados na análise por trazer em si a verdade obscura do sujeito que não se pode conhecer devido aos desprazeres e a revelação daquilo que não ser quer via inconsciente. Esse artigo pretende abordar a dimensão do silêncio na análise, suas interpretações pelo analista e o que o sujeito fala na análise.
Palavras-Chave: Silêncio, interpretações, fala do analisando.
O termo silêncio tal qual descreve o dicionário Aurélio refere-se a Ausência de qualquer ruído: o silêncio da noite. / Sossego, repouso, inação: por alguns dias, as paixões ficaram em silêncio. / Mistério, segredo: no silêncio prepara seus golpes mortais. / Música Interrupção mais ou menos longa do som; pausa. / Sinal musical que representa a pausa. // Silêncio mortal, silêncio absoluto. // Guardar silêncio, calar-se .
Essa descrição é necessária antes de adentrarmos no tema proposto a ser discutido nesse artigo, porque o próprio termo silêncio traz em si uma dicotomia entre presença e ausência de sonoridade coexistindo entre si, não sendo possível a existência apenas de um. Neste sentido é possível de se afirmar que o silêncio não é característica de uma ou de outra cultura, sendo ele universal sempre se comunica algo do sujeito ao outro e a si próprio.
Na clínica psicanalítica o silêncio denuncia a resistência e o próprio desejo inconsciente por meio da linguagem. Para isso Freud (1937) nos explica sobre a resistência como sendo um mecanismo que atua afastando do sujeito o desejo desprazeroso que seria denunciado pela linguagem. O silêncio resguarda a verdade obscura que não pode