estudante
Daniel Kupermann
RESUMO
São discernidos, neste ensaio, três momentos ao longo do percurso histórico de constituição da psicanálise, nos quais a experiência de linguagem se caracterizaria segundo as seguintes palavras de ordem que recaem sobre a figura do analista: “fique quieto!”, “fale dela” e “fale com ela”. Com destaque para o terceiro desses momentos, pretende-se demonstrar que é preciso desenvolver uma outra sensibilidade de modo a atender às demandas impostas à clínica pela contemporaneidade, marcada pelo signo do abandono e da dessensibilização.
Palavras - Chaves: História da psicanálise – Clínica – Sensibilidade – Criação - Sándor
Ferenczi.
YET ANOTHER CLINICAL SENSIVITY: DOCTOR, TALK TO HER!
ABSTRACT
In this essay we examine three moments in the history of psychoanalysis as far as the experience of language is characterized by the following commands: “keep quiet!”, “talk about her” and “talk to her”. By giving special emphasis to the third moment, our purpose is to demonstrate that it is necessary to develop another kind of sensibility in order to be able to cope with the demands imposed on clinical work by contemporary society. Key-words: History of psychoanalysis; Clinic; Sensibility; Creation; Sándor Ferenczi.
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Professor-pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (bolsista CNPq), Doutor em Teoria
Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, autor de “Ousar rir: humor, criação e psicanálise” (Civilização Brasileira) e de “Transferências cruzadas: uma história da psicanálise e suas instituições (Revan).
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(...) quando duas pessoas conversam, trata-se efetivamente de um diálogo não só do consciente, mas também dos dois inconscientes.
Sándor Ferenczi, Diário clínico, 1932/1990
A leveza e a liberdade de espírito