Aprendendo a ouvir uma criança: Como a escola pode atuar na prevenção à violência
por Elaine Christovan de Azevedo, Gabriella Ferrarese Barbosa e Paula Pessoa Cavalcanti
A partir do trabalho realizado na Clínica Psicanalítica da Violência/RJ constatou-se que a escola tende a ser o local onde a criança através de desenhos, dramatizações ou sintomas, nem sempre decodificados pelo professor, sinaliza ser vítima de violência. A nossa proposta é dentro de referenciais psicanalíticos auxiliar os profissionais da educação, para que consigam "ouvir" os apelos mudos das crianças, não se paralisando diante da angústia provocada pela revelação de violências como o abuso sexual. Pretende-se elucidar a seguinte questão: Como perceber o pedido de ajuda de uma criança, mesmo que este não seja expresso por palavras e o que fazer com isso?
Learning how to listen to a child: How school can act in the prevention of violence Based on the work developed in the Psychoanalitic Clinic of Violence/RJ we atest that school tends to be the place where a child through drawings, dramatization and symtons, not always recognized by the teacher, sigualizes being a victim of violence. Our proposal is to stablish through psychoanalytic references, precised interventions by education professionals so that they can be able to "listen" to the dumb appeals of help of the children, and not be paralyzed before the distress anguish, provoked by the revelation of violence such as sexual abuse. We intend to clarify the following question: How to perceive the ask of help of a child even if the latest is expressed by words and what to do about this request?
A Clínica Psicanalítica da Violência surgiu a partir de um projeto da psicanalista Graça Pizá. Em 1993 ela concluiu a tese de mestrado intitulada "O círculo do horror" que apontava a complexidade das violências sofridas pelas crianças e a necessidade de criar um tratamento especializado para esses casos, pois na ocasião existiam apenas