O saber cotidiano: a casa e a rua como lugares do conhecimento
Hoje quando ouvimos falar sobre casa e rua, pensamos somente no significado físico que ambas têm. Não é percebido que elas são muito mais que isso, tem papeis sociais, de integração, representam cultura e modo de vida.
A rua é uma extensão da casa que começa a ser descoberta a partir do primeiro contato do indivíduo com a mesma. Quando vamos pro lado de fora de casa, saímos da nossa zona de conforto e procuramos nos adaptar através da interação com os vizinhos e consequentemente passamos por encontros e trocas. Assim casa e rua se completam mutuamente, mas o espaço íntimo doméstico ainda é particular.
O contato com a rua promove um crescimento do individuo como pessoa e produz uma dinâmica interna em que as deslocações são possíveis. Perec nos adverte sobre o caminhar e sua importância, de observar a rua, o percurso, principalmente pela autonomia de poder escolher por e para onde ir. Fugimos assim da monotonia que teríamos andando de carro ou ônibus, já que podemos parar para observar ao redor e conhecer melhor a cidade.
Esta relação de casa e rua também traz consigo a questão da cultura. Segundo Edward B. Taylor, cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”, e a rua traz basicamente isto consigo. Por ela circulam as mais variadas crenças, expressões artísticas, grupos e conhecimentos que cada pessoa tem ou faz parte. Perceber e fazer parte disto é necessário já que casa e rua são lugares de conhecimento, aprendizagem, convívio e