O Plano Real e a armadilha do crescimento econômico
O autor nos mostra dois planos de estabilização que tem como objetivo principal, o combate à inflação.
O primeiro plano 1964/1967 conduzido por Otávio Bulhões e Roberto Campos mostra uma preparação da economia para o crescimento econômico sustentado. O processo inicia-se com uma recessão, expectativas inflacionárias, crescimento da oferta monetária, desequilíbrio no mercado de trabalho e queda de emprego. Com o tempo o salário nominal vai se ajustando ao crescimento dos preços e a economia vai aos poucos saindo da recessão. Nos oito anos seguintes a distribuição de renda melhorou com a queda da inflação e aumento de novos empregos.
O segundo plano foi o plano real que começou congelando o câmbio, simulou uma hiperinflação e estabilizou a distribuição de renda, os preços deixaram de crescer. Criou-se uma nova moeda que se autocorrige e fixou tudo em URV ( unidade real de valor), os salários, os preços, a oferta e a procura ficaram alinhados em torno da URV. A inflação baixou, os preços caíram e a demanda cresceu.
Mas quando o câmbio é sobrevalorizado, o país começa a sacar sobre o exterior, passa a financiar o déficit do governo com déficit em contas correntes. O governo é obrigado a fazer o constrangimento do processo produtivo, há restrição de crédito e elevação das taxas de juros e essa armadilha impede o crescimento da economia, há então aumento de desempregos.
A solução é aumentar as exportações sem mexer no Câmbio e retomar o ritmo da oferta de emprego. Um constrangimento existe por falta de investimentos na infraestrutura. Temos condições de voltar a crescer, focando nas exportações, nas infraestruturas, aproveitando com sabedoria os pontos fortes e funcionais de todas tentativas dos planos de estabilização econômica que deram certo por determinado tempo mas não perduraram.