Discussão sobre o impacto da taxa de juros sobre o investimento
O Brasil passou por um longo período de desestabilização dos níveis de preços, principalmente na década de 80 e inicio dos anos 90. Com a implantação do plano Real, em 1994, pelo ex presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil estabilizou os seus níveis de preços e o governo passou a adotar uma política econômica conservadora no qual a estabilidade da inflação é um dos principais objetivos. A taxa de juros é escolhida como uma das principais variáveis macroeconômicas para esse controle de preços. Para Bresser (2003) esse novo quadro apresenta as seguintes características: (I) baixa taxa de inflação, (2) elevada taxa de juros, (3) baixa taxa de câmbio, e (4) taxa real de salários que cresce com a valorização.
Para o autor política de juros elevados implica negativamente o consumo e o investimento, o que, por sua vez, diminui a capacidade de crescimento da economia. Persistir com esta estratégia, significaria alcançar sucesso no domínio inflacionário, porém, ao mesmo tempo, implicaria reduzir a taxa de crescimento do produto se tornando assim uma “armadilha” dos juros (BRESSER , 2003).
A armadilha do juros, segundo (Bresser 2003) se apresenta quando o Banco Central decide diminuir a taxa Selic e com isso o câmbio se eleva afetando diretamente a inflação que volta a subir, que segundo a teoria macroeconômica é devido a desvalorização cambial, que leva há uma acomodação dos preços, mas esse pequeno “susto” inflacionário faz que os juros subam outra vez, voltando para o nível inicial, mas para muitos economistas esse aumento da inflação nada mais do que se trata de uma bolha inflacionária. Assim como sugere Bresser (2003), o país tende a viver em um processo cíclico de curto prazo.
Embora o Brasil, possua a maior taxa real de juros do mundo, é observável nos últimos anos uma tendência de queda em seu valor. No gráfico 1, é mostrado a evolução da taxa de juros após o plano Real, no qual é