O PLANO REAL E A ARMADILHA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO
Autor: DELFIM NETO, A.
In: MERCADANTE, A. (1997)
Inicialmente, pode-se dizer que o presente texto procura destacar afirmações que justifiquem a tese de que a inflação no Brasil deve ser vista como falta de vontade política. Em outras palavras, por interesses públicos.
O Autor destacou o momento em que a inflação passou ser medida no País, assim como o fato de que ela, em pouco tempo, atingiu índices de preços com mais de dois dígitos.
Segundo ele, numa linguagem Marxista é possível dizer que a estabilidade está atrelada ao crédito ou na credibilidade da moeda como representante geral da riqueza.
E sob o aspecto da teoria geral do emprego, a moeda só passa a deter existência lógica a partir do momento em que os salários sejam por ela expressos. Trocando em miúdos, e ainda de acordo com o texto, a ausência de fixação dos salários em termos reais excluiria a existência da moeda e, consequentemente, tornaria a economia extremamente instável.
Já para os chamados ‘pós-keynesianos’, essa estabilidade da moeda depende da existência do contingente de desempregados que estabilizam o valor do salário nominal.
Numa linguagem neoclássica, a estabilidade monetária depende da extensão e da força da ilusão monetária, sendo que seu equilíbrio somente seria possível acaso ocorra em todos os mercados.
Com base nesses conceitos, o Autor destaca que a inflação torna-se um problema a partir da taxação da moeda por meio de impostos, ou então em virtude de desarranjos no funcionamento dos mercados.
Especificamente com relação ao “sucesso político do plano real”, o Autor afirmou que ele deve ser atribuído muito mais ao restabelecimento da ordem econômica do que ao fim do imposto inflacionário. Destacou, ainda, e como consequência a recuperação na capacidade de crescimento da Economia.
Óbvio que a conversibilidade da moeda em ouro, em outra estrangeira ou o poder soberano do Estado também deram o tom da