O Olhar Estrangeiro Sobre a África
É largamente sabido que a divisão territorial na África pelos países europeus desrespeitou as fronteiras que havia antes, colocando tribos rivais dentro de fronteiras artificiais. No século XIV, houve o começo das vendas de escravos africanos por chefes locais para os europeus recém-chegados, mas foi no século XIX que começou o neocolonialismo, uma grade corrida à África, que resultou com 90% das terras dominadas.
O estigma de pobreza e fome é uma imagem dominante atualmente, mesmo para países como a África do Sul com crescimento econômico e IDH considerado médio, parte do BRICS e atualmente tem PIB razoavelmente semelhante a da Rússia, sendo também ligeiramente superior a da Índia.
A coleção História Geral da África é uma obra de oito volumes de valor inestimável para a humanidade, uma visão africana da história deles próprios, que é tão preciosa pelo fato de deixar de lado todo o “eurocentrismo”.
As ideias nubladas pelos estereótipos de selvagens impedem a compreensão da profundidade, diversidade e riqueza da cultura africana nos seus mais diversos aspectos. Com mentes fechadas e a concepção racistas, a pluralidade e as peculiaridades vão se perdendo em um turbilhão de sangue, motivado por guerras e doenças que não são deles.
A barbarização do homem africano valoriza o homem branco como a maior expressão de cultura e desenvolvimento, os povos dominados sendo retratados como arcaicos, primitivos e estáticos. O mito do eurocentrismo vem sendo quebrado muito lentamente pela globalização e o grande fluido de informações através do globo, embora os estigmas sociais e a ignorância ainda sejam dominantes.
Marina