* O olhar estrangeiro sobre a África Na antiguidade, a África era chamada de Etiópia e os africanos de etíopes (em grego, terra dos homens de pele negra). Na Idade Média, as representações da África e dos africanos feitas pelo homem europeu foram influenciadas pelo cristianismo e pela Bíblia. A figura tentadora do Diabo que aparecia nas cerimônias religiosas era sempre negra, semelhante a um etíope. Os anjos e santos, ao contrário, eram todos brancos. O imaginário preconceituoso dos navegantes europeus sobreviveria nos séculos seguintes. Os temores sobre o Mar Tenebroso (Oceano Atlântico) e a região abaixo da linha do Equador iriam alimentar as representações dos europeus sobre os africanos. A marca dos primeiros encontros entre europeus e africanos foi o estranhamento recíproco. Os africanos ficaram espantados com a cor da pele e os modos dos europeus. * A África pré-colonial Convencionou-se chamar a fase da historia do continente africano, compreendida entre os séculos IX e XIX, de África pré-colonial. Ao longo desse período desenvolveram-se sociedades diversas, com organizações econômicas, políticas e culturais específicas, línguas, hábitos e costumes diferentes. Povos nômades que se dedicavam ao comercio conviveram com povos sedentarizados que constituíram aldeias, cidades e impérios. * Os reinos sudaneses A região subsaariana do continente africano era conhecida pelos árabes como Sudão (terra dos negros). Nessa área formaram-se grandes reinos graças ao rico comercio transaariano de cereais, ouro, marfim, pimenta, âmbar e escravos, que eram trocados por sal conchas, tâmaras e tecidos árabes. O comércio também proporcionou o contato dos povos que viviam nessa região com o Islã. * O reino de Gana O reino de Gana floresceu a oeste do continente africano, na área em que, atualmente, se situam o Mali e o sul da Mauritânia. O reino desenvolveu-se a partir do século III graças ao comércio que se estabeleceu entre árabes e ganenses. O Reino