O conceito da soberania
Rodrigo Bertoglio Cardoso
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS rodrigo_bertoglio@hotmail.com 30/06/2008
1. INTRODUÇÃO
Este artigo se propõe a analisar a presença do conceito de soberania na principal obra de três autores realistas:
Raymond Aron (Paz e Guerra entre as Nações, de 1962);
Hans J. Morgenthau (A Política entra as Nações: a luta pelo poder e pela paz, de 1948) e
Edward Hallet Carr (Vinte Anos de Crise 1919-1939: uma introdução ao estudo das relações internacionais, de 1939).
Os conceitos serão comparados, ressaltando semelhanças e diferenças entre as abordagens. Finalmente, se fará um esforço para conferir a adequação deste conceito para a realidade brasileira atual.
Nossa escolha de método, de três obras e três autores, talvez suscite algum furor crítico, porque – reconhecemos – se presta a uma série de riscos que poderiam ter prejudicado ou impossibilitado a análise. Em primeiro lugar, uma obra por autor poderia não ser um conjunto expressivo de textos e idéias para formar um conceito de soberania coeso. De fato, quando a descrição da soberania apresentava lacunas, elas não foram preenchidas por textos complementares, como sugerimos para uma próxima pesquisa, mas sim por inferências e construções a partir do conjunto teórico de cada autor.
Certamente, um risco. A análise de somente três obras pode parecer um volume de texto reduzido para um artigo. Na medida em que uma destas obras não ofereça uma contribuição relevante para o conceito de soberania, teríamos um desfalque substantivo em nossa pesquisa. Além disso, três autores poderiam não ter sido representativos da corrente realista, nem a corrente realista a mais relevante para o estudo do conceito de soberania.
Tão satisfatórias quanto as dúvidas são as justificativas para essa
escolha