A vida de Hannah Arendt
Hannah Arendt nasceu em 1906, numa cidade chamada Hanover. Sua infância foi marcada pelo esmero, que seus pais Martha e Paul Arendt lhe ofereciam, desta maneira tornando assim a sua infância um momento inesquecível e marcante em sua vida. Esta família era marcada pela tradição judaica e por uma participação um tanto tímida na política. A condição financeira destes não era precária; entretanto, possuíam uma condição média, que lhe propiciava um bem-estar razoável.
A vida de Arendt tem sido marcada por muitas migrações e por fatos, que facilmente tiraria essa tranqüilidade deste momento bonito e risonho de sua vida. A primeira mudança se deu quando ela ainda possuía quatro anos, deixando sua terra natal partindo para Konigsberg.
Seu pai deixou desamparada a sua família, vítima de uma doença contraída ainda na juventude e acabou falecendo muito cedo. Era um excelente “engenheiro, que contraiu sífilis, ainda solteiro. Chegara a pensar que estava curado – isso antes do casamento – mas não era verdade”1. No decorrer do tempo em que a filha esteve com a família, a doença já tornava o corpo do pai fraco, debilitado; contudo, mesmo desta forma, ele nunca deixou de enchê-la de carinho e afeto. Começa aqui, ao completar apenas sete anos, a caminhada de Hannah, sendo vergastada por tragédias e dificuldades, impostas pela vida. Com o trágico falecimento do pai, a aproximação e o amor entre a mãe e filha cresceram ainda mais. As dificuldades não cessariam neste momento; logo no ano seguinte, em 1914, outras situações traumáticas marcariam a vida destas duas mulheres. Elas foram obrigadas a abandonar Konigsberg às pressas, deixando a cidade à vista do exército russo na primeira ofensiva da primeira guerra mundial. Partindo assim para Berlin. Sua mãe, preocupada com o bem estar da filha, casou-se novamente com um viúvo, chamado Martin Beerwald. Este possuía uma boa condição financeira e duas filhas, que viriam a ser amigas não tão entrosadas de nossa