A Transição do Milênio: Quebrando Paradigmas
Paradigmas
Autores: Breno Costa Borges e Djalma Gomes
Colaboradores: Paula Bluhm e Paulo Machado
“Imaginem a cena: sujeito a quase um ano desempregado, casado, três filhos, vivendo do dinheiro de faxinas esporádicas da mulher, descobre que uma loja está precisando de carregador... Depois de conversar com a esposa do dono da loja, consegue o emprego. Para tanto precisa estar na loja no dia seguinte às 8 horas com a carteira de trabalho, caso contrário perde a vaga... Como precisa do documento impreterivelmente no dia seguinte, vai a Junta do Trabalho...
...Lá chegando, após ficar duas horas e meia na fila para ser atendido, a funcionária, com um mal humor impar, informa que o documento somente ficará pronto dentro de um mês... Nosso personagem fica desesperado e conta toda sua história, com rigor de detalhes, para a funcionária. Ela pára, pensa, repensa, repensa e discute, fala que não tem como... Mas, depois da persistência de nosso ex-desempregado, passa o caso dele na frente de todos os demais e consegue a carteira de trabalho em
45 minutos... Para nós, brasileiros, “deu-se um jeitinho” para o ex-empregado.”
(Fragmento do texto “JEITINHO BRASILEIRO, CONTROLE SOCIAL E COMPETIÇÃO, de
Fernando C. Prestes Motta e Rafael Alcadipani)
Introdução
Muitos empresários defendem o modelo sistemático racional, de regras, condutas e normas, como a maneira correta de se conduzir uma organização e seus empregados, condenando quaisquer medidas que sejam tomadas fora dês seus padrões. No entanto, será mesmo que a maneira “correta” defendida por esses empresários é o que conduz uma empresa a prosperidade? Ou será que é exatamente os devaneios, os “jeitinhos”, a quebra de paradigmas, que fazem a organização avançar de forma efetiva?
O artigo apresentado aqui será dividido em duas partes com o intuito de abordar esse tema.
A primeira parte pretende discutir sobre essa dualidade, entre a realidade organizacional e a