A relação da criança e a mídia
Introdução
Este artigo busca explicitar o papel importantíssimo da mídia na disseminação do novo "ser criança" e como essa percepção é criada e reafirmada através dela. Para isso, serão relatados programas infantis e sua abordagem perante a infância pós-moderna.
A infância é uma construção social. Essa é a teoria que diversos autores, como Moscovici, defendem. E, certamente, têm razão. Basta darmos uma olhada na história para constatar a veracidade dessa afirmação. Na época feudal, as crianças eram tratadas como mini adultos. Não tinham direitos próprios, tinham de se comportar de acordo com as normas desde cedo. Com a ascensão burguesa, os pequenos começaram a ser resguardados. Tinham de ir à escola para aprender as normas, mas não estavam em locais adultos. Até mesmo os trajes foram readequados. Antes, meninos e meninas se vestiam igualmente, agora ambos possuíam roupas particulares. Daí surge o rosa para a menina e o azul para o menino, por exemplo.
Hoje, vive-se um novo formato de sociedade, pautado pelo consumo e, principalmente, pela informação (que nada mais faz do que vender o ideal de consumo). Assim, a própria infância foi capitalizada. Roupas, brinquedos, tudo foi reformulado. O modo de ser criança mudou. A infância encurtou. Foi necessária, inclusive, a criação de um novo termo para designar a nova fase de desenvolvimento – a pré-adolescência. Mas o que de fato ocasionou tais mudanças? Mutação genética ou novas formas de vivência?
É segunda de manhã e um monte de crianças liga a TV para assistir ao programa favorito. A variação é mínima... Ou é o Bom dia e Companhia ou a TV Globinho. Hoje as opções são bem restritas para quem não possui TV paga. Foi-se o tempo em que os quatros principais canais de TV aberta passavam programação matutina exclusivamente infantil. E isso não é à toa. A fronteira que separa a infância da adolescência, hoje, tornou-se extremamente tênue. Esse público-alvo se modificou de uma forma