M DIA E INF NCIA
A infância é um período importante da formação humana que merece ser tratado com compromisso, zelo e inteligência. A correria e a explosão de informações dos tempos modernos atingem esse segmento social, chegando a influenciá-lo e confiná-lo em lares e instituições. Sua relação com os adultos é ao mesmo tempo próxima e distante. A exigência de proteção é assegurada na legislação, porém o diálogo com a infância é quase inexistente. Muitos subjugam a importância das crianças, enquanto cidadãs livres e autônomas, para a formação da sociedade. Exige-se delas um posicionamento adulto para a inclusão no universo de competição e consumo. Em meio às cobranças, a infância perde sua inocência e pureza. O olhar mercadológico as persegue. Elas são atentas a toda e qualquer transformação, porém não são consultadas.
Nesse cenário, a mídia, entre outras instâncias da vida social, aparece fornecendo produtos dirigidos a essa infância indefinida e, muitas vezes, desconhecida. Face à freqüente substituição da família e da escola enquanto socioeducadoras e controladoras de informação, a mídia vem desempenhando um novo papel educacional, responsabilizando-se também pela instrução das crianças.
As noções tradicionais da infância como inocência e dependência do adulto foram minadas pelo acesso das crianças à cultura popular. Entretanto, essa modificação da infância tradicional faz surgir uma nova caracterização das crianças que, aliada à curiosidade e à espontaneidade infantis, formam a geração da informação e da comunicação. A informação adulta é incontrolável; agora, a criança vê o mundo como ele é (ou pelo menos como é descrito pelos produtores de informação corporativos).î (KINCHELOE; STEINBERG, 2001, p. 34). Devido a isso, a cultura infantil passa a ser mediada e, em alguns casos, construída pela mídia. Com produtos midiáticos em diversos meios, as crianças se deparam com várias formas de entretenimento e difusão de informação que, muitas vezes, não são