Adolescencia e midia
Excessos e avanços
Apesar de os meios de comunicação brasileiros geralmente apresentarem a violência de forma sensacionalista e descontextualizada, há exceções que buscam as raízes do problema e as possíveis soluções
Por Kathie Njaine, pesquisadora do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli/Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz e Veet Vivarta, secretário executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI)
violência não é um fenômeno isolado, unicausal e se manifesta sob diversas formas. Algumas pesquisas brasileiras têm destacado a magnitude do impacto da violência estrutural, intrafamiliar, institucional e da delinqüência sobre as crianças e jovens, matando-os precocemente ou deixando marcas profundas de dor e sofrimento. De maneira geral, essas formas de violência ganham visibilidade e disseminação nos meios de comunicação, tanto na ficção quanto no jornalismo, tanto em texto quanto em imagens. No Brasil, a questão da violência, sobretudo os homicídios – a principal causa de morte na faixa etária de 15 a 19 anos –, tem levado setores da sociedade a questionar o papel de instituições que, de alguma forma, são responsáveis direta ou indiretamente tanto pela proteção quanto pela transmissão de valores morais e éticos a crianças e adolescentes. Os meios de comunicação certamente estão entre elas, pois fazem parte do processo de socialização de meninos e meninas brasileiros e têm a importante função de levantar os temas que serão debatidos na sociedade.
Manifestação em Nova Iguaçu contra a chacina na Baixada Fluminense (RJ). Na imagem de Ratão Diniz, 21, ex-aluno da Escola de Fotógrafos Populares, um olhar diferente do da mídia sobre a comunidade
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VIOLÊNCIA NA MÍDIA
A televisão comercial, por exemplo, é a mídia mais utilizada por crianças e adolescentes. E é a principal fonte de lazer e de informação deles. A Pesquisa sobre Atitudes, Normas Culturais e Valores em Relação à