A reforma do ensino superior
Introdução
A crise mundial do Estado capitalista, que se manifestou de forma evidente a partir dos anos de 1970, gerou a necessidade de se buscar saídas que permitissem a retomada dos objetivos de crescimento econômico, propiciando o surgimento de um novo modelo de acumulação, denominado por Harvey (1998) de “acumulação flexível”. Nesse contexto a educação é vista como o instrumento capaz de contribuir para o cumprimento desse objetivo. Alguns autores (FRIGOTTO, 1995) falam mesmo do ressurgimento da Teoria do Capital Humano.
Para os países periféricos a crise econômica e social que estava instalada foi tomada como sendo do Estado e não do capital. Enquanto uma crise do Estado um dos caminhos apontados para a superação foi o ajuste fiscal, como forma de aumentar o superávit da balança comercial e com isso possibilitar o pagamento da dívida externa. Para tanto, ainda dentro da mesma intencionalidade, era preciso reformar o aparelho do Estado. É no bojo dessa reforma, que no Brasil, a educação é classificada como um serviço não exclusivo do Estado.
A chamada “revolução tecnológica” que se materializa no período da crise, sendo mesmo apontada como uma das suas causas produziu uma reestruturação produtiva, alterando a organização do processo de produção, modificando a estrutura e as relações do trabalho. O capitalismo em crise desenha um novo perfil para a formação e o trabalho docente, buscando atender às exigências emanadas do mercado.
É nesse contexto de crise do capital, de mudanças no mundo do trabalho em função da reestruturação produtiva que começam, de forma efetiva, a serem definidas as reformas na educação brasileira na última década, tendo continuidade nos primeiros anos do novo milênio. As características maiores dessas reformas são as de regulação e controle, em função do caráter que o Estado assumiu, ou seja, de um Estado Avaliador e Regulador. As Reformas