A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO PROCESSO DE INCLUSÃO DOS SURDOS NA SOCIEDADE
João Rodrigues Pinto1; Sarys Fernandes da Silva Capeleiro2
RESUMO
O artigo apresenta um estudo sobre a mediação do tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (ILS), nas instâncias educacionais, visando a ampliação das perspectivas sobre a formação deste profissional. Apresenta como suporte metodológico a descrição de uma pesquisa sobre o trabalho do intérprete na educação, socialização e construção da cidadania em torno da comunidade dos surdos no município de Teixeira de Freitas, Extremo Sul do Estado da Bahia. Trata-se, portanto de uma abordagem pertinente que traz à tona a vez e a voz daqueles que tem desenvolvido uma atividade laboral voluntária em prol da pessoa surda que ainda vive as dificuldades comuns de quem é portador dessa condição. O papel do tradutor/intérprete é de extrema importância na composição e resgate da cidadania da pessoa surda, seja na escola, na família, comunidade e, principalmente no mercado de trabalho. O estudo abre uma janela para a inclusão da Língua Brasileira de Sinais na pedagogia-nossa-de-cada-dia.
Palavras-chave: libras; tradutor-intérprete: inclusão
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história da sociedade humana, tornou-se prática comum relevar a condição auditiva das pessoas que nasciam ou adquiriam essas dificuldades aos seguintes elementos: a) de natureza mística-espiritual-religiosa: baseada em crenças, mitos e segmentos espirituais, que consideravam tais pessoas, vítimas de endemoniamento, castigo divino ou endeusadas (falavam a língua dos deuses e eram cultuadas como verdadeiros líderes espirituais); b) de natureza objetivamente clínica: a pessoa surda era considerada um doente, portanto era tratado como tal e o grande equívoco começa aí: o apelido de surdo-mudo (característica que considera a pessoa com um duplo problema); c) de natureza técnico-cientifica: as pessoas surdas são obrigadas a seguir o padrão formal da