A história da vida privada
Livro: A História da Vida Privada
“Os romanos viviam num medo surdo dos escravos, como nossos contemporâneos que têm dobermanns. Pois o escravo, esse ser naturalmente inferior, é um familiar, que se “ama” e pune paternalmente e pelo qual cada um se faz obedecer e “amar.” (página 61)
“Só que esse ser humano é igualmente um bem, cuja propriedade seu amo detém; nessa época, duas espécies de seres podiam ser assim apropriadas: as coisas, os homens.” (página 61)
“... um escravo é um sub-homem por destino e não por acidente; a escravidão antiga tem por analogia psicológica menos remota o racismo.” (página 62)
“Os diferentes escravos, em sua inferioridade comum, desempenhavam os mais diversos papéis na economia, na sociedade, até na política e na cultura; um punhado deles são infinitivamente mais ricos ou poderosos que a maioria dos homens ricos.” (página 62)
“Os filhos de escravas, quem quer que fosse seu pai, eram propriedade do senhor, assim como cria de seus rebanhos; o amo decide criá-los ou,ao contrário, enjeitá-los ou até afogá-los como fazemos com os gatinhos.” (página 62)
“Fora dessas regiões de eleição e passada sua época, a escravidão é apenas uma das relações de produção agrícola, ao lado dos sistemas de meeiro e assalariado...” (página 63)
“A condição dos escravos varia consideravelmente, desde a doméstica encarregada dos trabalhos mais duros até o todo-poderoso administrador...” (página 67)
“A escravidão é um extra-econômico e tampouco constitui uma simples categoria jurídica, mas-coisa incompreensível e revoltante aos olhos dos modernos é uma distinção social que não se fundamenta na “racionalidade” do dinheiro... ”(página 68)
“O escravo é um inferior por natureza, não importa quem seja e o que faça; isso acompanha uma inferioridade jurídica.” (página 68)
“E como não devia haver nenhum equívoco entre liberdade e a servidão, o direito romano tem uma norma - a do “favor para a liberdade” – segundo a