Historia da vida privada
Antes da instituição do estado moderno, a vida do cidadão comum era essencialmente dentro de sua propriedade saindo do âmbito familiar com raras exceções, como por exemplo para o intercâmbio (comercio), onde trocava o excedente de sua produção por algo que não dispunha, com o processo de saída do homem do campo para as cidades, que é contemporâneo a criação do estado moderno, a vida no espaço público vai modificando gradativamente o espaço privado. A ideologia revolucionária francesa buscava a formação de uma sociedade uniforme, gerando mudanças no hábito do cidadão e na constituição dos seus lares, o privado era considerado antirrevolucionário e conspiratório. Um exemplo da busca da universalidade e da invasão do público no espaço privado, é a preocupação com o vestuário, o texto traz uma passagem onde cita uma criação de um “uniforme civil”, a forma de se vestir ganhou mais um significado, passou a ser uma manifestação política e não somente um indicativo social. Vale exaltar a posição feminina no contexto, o texto traz afirmações do tipo ; “ onde já se viu que a mulher abandone os cuidados do lar, o berço dos filhos, para ir a praça pública, discursa na tribuna ?”, “o útero definia o lugar das mulheres na sociedade como mães. O discurso dos médicos se unia aos discurso dos políticos.”, “ As mulheres estavam do lado privado e os homens do lado público.” Fica evidente o papel da mulher como mãe, irmã, filha e esposa, sempre vinculado a uma figura masculina, que responda por ela e a defenda, era recusado a mulher um lugar no espaço público, a mulher era o símbolo máximo da vida privada, desde muito cedo sua formação era destinada ao papel familiar, e como já foi citado, sempre submissa a figura masculina, primeiro o pai e posteriormente o marido. Em contrapartida o espaço público também sofreu interferências da vida privada, a maior evidencia disso é colocado no texto como o emprego da “língua familiar”, a busca de uma universalidade já citado