A empatia como instrumento de intervenção

A Empatia como Instrumento de Intervenção
Elbio Nelson Cardoso Guardia Como foi a postura do pesquisador no seu trabalho de acompanhamento dos alunos dentro da escola pública? Pelo manejo do instrumento acompanhamento e compreensão empática, visando à verdade relacional e à emergência da vivência, apresenta-se à postura do pesquisador. Trata-se de uma atuação que não tem espaço ou momento único como setting, uma postura dinâmica “com efeito” terapêutico, porque faz afluir novos sentidos no cerne de uma formação social (Escola), uma escuta e uma ação que se tornam significantes quando se ajustam às vicissitudes que cada criança apresenta, modificando o que foi imaginado pelo em torno sobre o aluno “diferente”. Por meio dessa estratégia, acreditamos na transformação que pode ser operada na dinâmica do dia-a-dia da escola. Podemos definir o efeito que produz no aluno o seu encontro com o psicólogo, seguindo a reflexão de Bollnow (1971), ao referir ser o encontro um fenômeno que não se realiza na solidão de um “Eu” como uma fatalidade, assaltando o homem e situando-o ante uma realidade estranha. O encontro é uma categoria existencial que permite ao sujeito vir-a-ser “ele-mesmo”. O interagir do pesquisador na escola defronta o aluno de maneira imprevista, com algo diverso daquilo que o aluno poderia prever para se orientar, de acordo com seus mecanismos de defesa, criados na sua longa experiência de fracasso escolar. Assim, sendo, o encontro é um acontecimento destacado que vem “sacudir” o aluno e exigir-lhe a orientação fora da linha de comportamento seguida até então, mas que não lhe diz em que direção ele deve mudar sua atitude na escola. O caráter existencial do encontro é dado por esta intimação ao aluno de agir por ele mesmo, novamente, a partir de uma postura autêntica. O termo encontro significa compreender e valorizar o aluno. A postura noética (todos os atos realizados para captar a vivência) de quem estabelece uma relação-de-ajuda é atravessada por um