A cidade antiga
Fustel de Coulanges
Em “A Cidade Antiga” de Fustel de Coulanges, como o próprio prefácio expõem, o autor buscou “demonstrar os princípios e regras que governaram as sociedades grega e romana” por acreditar que estas possuíam a origem de suas instituições comuns, e que atravessaram uma série de revoluções semelhantes. Além de que, para ele, a Grécia e Roma “apresentam-se-nos com um caráter absolutamente inimitável” divergindo de tudo que é moderno, pois a forma de pensar do homem não é a mesma que há vinte e cinco séculos, e é por isso e que as instituições sociais não são originadas e governadas como outrora.
Livro Terceiro – A Cidade Antiga. Capítulo I: A Fratria e a Cúria. A tribo
Cada família tinha seus deuses, o homem não concebia nem adorava senão uma divindade domestica. A religião doméstica proibia que duas famílias se unissem e confundirem-se. Mas era possível que várias famílias se unissem para celebração de um culto que lhes fosse comum, daí surgi a fatria na língua grega e cúria na latina.
Toda fratria e cúria possuíam seu altar e seus deuses protetores, culto religiosos que conservavam sua peculiaridade. Seus banquetes fúnebres, orações. Para se tornar parte de uma fratria, era indispensável ter nascido do casamento entre as pessoas que a compunham, a sua admissão na fratria se fazia através de ato religioso, e passava a ter um vínculo indissolúvel. A tribo promulgava seus decretos, possuía um tribunal de jurisdição sobre seus membros e acima dela não havia nenhum poder. A sociedade cresceu sobre esse sistema, as fratrias e cúrias se agruparam dando origem as tribos, essa por sua vez também estabeleceu sua religião, com seu altar e sua divindade protetora, essa divindade normalmente era da mesma natureza da fratria ou da família.
Capítulo II: Novas Crenças Religiosas
1.° Os Deuses da Natureza Física
A religião antiga, primeiro tomou seus deuses com sendo da alma humana, o culto aos antepassados, e a segunda veio os deuses