A cidade antiga

1895 palavras 8 páginas
CAPÍTULO 1
CRENÇAS SOBRE A ALMA E SOBRE A MORTE
As mais antigas gerações, muito antes de existirem filósofos, acreditavam em uma segunda existência após a morte, encarando a morte como uma mudança de vida. Nas populações greco-itálicas, a crença da metempsicose, isto é, transmigração da alma de um corpo a outro, não existia. Também não existia as nossas crenças atuais Ocidentais, de que as almas entravam na morada celeste.
Segundo as crenças greco-italicas, a alma passaria a sua segunda existência bem perto dos homens, e que continuava a viver sobre a terra, junto destes. Acreditou-se por muito tempo, que nessa segunda existência que a alma nascia com o corpo, a morte não se separava dele e que alma e corpo enterravam-se no mesmo túmulo.
No funeral, acreditava-se que quando colocava o corpo na sepultura, colocava-se algo vivo. No final da cerimonia, costumavam invocar três vezes a alma do morto e faziam-lhe votos de vida feliz. Escreviam sobre o tumulo o nome de quem repousava ali, na qual herdamos esse costume até os nossos dias.
Os antigos tinham um costume de derramar vinho no tumulo para matar a sede, deixavam comida para matar a fome, acreditando que um ser imortal repousa no tumulo e enterravam objetos na qual julgava que tivesse necessidade.
A sepultura era necessária, sem sepultura a alma viveria desgraçada e só pelo sepultamento adquiria a felicidade para sempre. Alma deveria que não tivesse tumulo não teria morada, tornando-se alma errante, isto é, não receberia as oferendas, se tornaria maldosa e atormentaria os vivos. Além da sepultura, os ritos fúnebres eram necessários. “Conta-nos Suetônio que, tendo sido enterrado o corpo de Caligula, sem cerimonia fúnebre, sua alma andou errante e apareceu aos vivos, até o dia que se lhe desenterrou o corpo e lhe deram sepultura segundo os ritos.” ( A Cidade Antiga, pág 21). Nas cidades antigas, a privação da sepultura era punição em forma de lei.
O ser que vivia sob a terra não se encontrava desprendido da

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