Vigotsky
Vygotsky viveu apenas 37 anos, morreu de tuberculose em 1934. Apesar de breve, sua produção intelectual foi extremamente intensa e relevante: chegou a elaborar cerca de 200 estudos científicos sobre diferentes temas e sobre as controvérsias e discussões da psicologia contemporânea e das ciências humanas de um modo geral. Para a psicologia, sem dúvida, significa um avanço, para a pedagogia, uma orientação. Mas também sugere um rico material para análise no campo da antropologia, da linguística, da história, da filosofia e da sociologia.
O estilo de sua obra tem características que lhe são bastante peculiares. Apesar de seu interesse central ser o estudo da gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos, em seu contexto histórico-cultural, se deteve ao longo de sua vida acadêmica e profissional, em questões de várias áreas do conhecimento: arte, literatura, linguística, filosofia, neurologia, no estudo das deficiências e temas relacionados aos problemas da educação.
Além de abundantes e marcantes interdisciplinares, as produções escritas de Vygotsky são extremamente complexas e densas de informações preliminares. Isso se deve não somente à característica pouco ortodoxa de seus trabalhos (os relatos escritos, não trazem, por exemplo: detalhes sobre os procedimentos metodológicos adotados em suas pesquisas), mas também a diversos outros fatores. A maior parte de sua obra foi editada tardiamente, e em alguns casos de forma inadequada e incompleta. Além disso, nos períodos que sua doença se agravava, ele ditava suas ideias que eram transcritas por outras pessoas; outras ideias foram conhecidas a partir de anotações feitas nas suas aulas e palestras, que muitas vezes resultava em redações pouco claras. Seus textos apesar de serem de difícil compreensão, expressavam entusiasmo e fecundidade intelectual de um jovem pesquisador.
Vygotsky conseguiu não só antever o futuro, mas apresentar uma série de perspectivas e diretrizes potencialmente férteis e