Tica Da Coletividade
Sendo a política o exercício visando a coletividade – repito, para mantê-la ou transformá-la –, ela concretiza os valores (ou contravalores) da ética num processo histórico e espacial determinado. Se a ética não se encarnasse numa política, permaneceria como princípios abstratos socialmente irrelevantes. Ora, a política é a arte de gerir a sociedade num processo normalmente longo, complexo e contraditório. Então, a ética vive essa contradição e essa imersão no real, na tensão existencialmente dramática entre o possível e o desejável.
Vamos partir do princípio de que a ética é o que norteia os valores dos cidadãos, individualmente, em sociedade. Ou seja, é a ética que me dá os valores que eu digo, que eu acho certo. Agora vamos partir de um outro princípio, o principio de que a política rege uma sociedade pensando no seu bem comum, passando por cima do que é bom só para um ou para poucos.ao analisarmos ambos os princípios, as mesmo tempo, veremos que, um depende do outro. Como assim? Simples: A ética norteia o que o cidadão acha que é certo, e a política vem colocando o que é certo e bom para todos, baseando-se na ética individual. A ética é o que faz a política se tornar mais humana, trazendo a ética, um conceito individual, para um conceito coletivo, transitando entre o possível, posto pela política, e o desejável, posto pela ética.
O bem individual e o bem comum.
O bem individual vem de cada pessoa, vem do intimo de cada um. Sua opinião é uma, não imutável nem definitiva, mas sua ética e sua moral o fazem ter aquilo como certo para si. Porém, o bem comum, vem dizer que essa ética pessoal deve ser somada com a das outras pessoas ao seu redor, transformando esse conjunto de éticas em um bem comum, onde todos irão de beneficiar dessa junção das éticas pessoais.
Segundo Sócrates, a ética coletiva deve sempre sobrepor à ética individual, pois essa primeira abrangerá e atingirá a todos. Porém, essa ética coletiva só existe