vieses
“uniformes”. Isto mostra a nossa preocupação pelo equilíbrio de eventos aleatórios, o que pelo contrário faria com estes deixassem de ser aleatórios. O que autores como Kahneman, Slovic e Tversky (1988) dizem é que o acaso é em geral encarado como um processo autocorretivo no qual um desvio em uma direção induz a um desvio na direção oposta a fim de restaurar o equilíbrio esperado. O que de fato acontece é que os desvios não se corrigem à medida que o processo probabilístico se desenrola, mas na verdade eles tão somente se diluem.
Isso é o que denominamos como concepções errôneas do acaso, mas que são representativas na mente do decisor. A lógica utilizada neste tipo de viés de decisão é a seguinte: “Se algo tem uma chance em cada cinco de dar certo, e nas ultimas vezes quatro deu errado, significa dizer que na próxima vez dará certo”. A maioria das pessoas se sente bem com esta lógica, ou pelo menos já foi culpada de usar uma lógica similar no passado.
Contudo, o desempenho das primeiras quatro vezes não afetará, diretamente, a quinta vez, sendo, então esta lógica incorreta. Isto nos leva a achar que a chance de dar errado numa quinta vez é baixa. Infelizmente, a lógica ignora o fato de que já tivemos que lidar com quatro fracassos seguidos (que é uma ocorrência pouco provável), e que o desempenho da quinta vez é independente daquele das quatro vezes que o precederam. Esta lógica nos fornece a possibilidade de entender a