HEURÍSTICA E VIESES NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
Militar
Major Blair S. Williams, Exército dos EUA
O autor agradece aos Coronéis (da Reserva)
Christopher Paparone e Doug Williams e aos
Majores Rob Meine e Mike Shekleton por terem revisado este artigo e oferecido valiosas sugestões. DESCRIÇÃO METAFÓRICA DE
Carl von Clausewitz sobre a condição da guerra é tão precisa hoje em dia quanto na época em que foi redigida, no início do século XIX. O Exército enfrenta um ambiente operacional caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade 2. Os profissionais militares se esforçam para entender esse cenário paradoxal e caótico. O sucesso nesse ambiente requer um estilo de tomada de decisão emergente, no qual os profissionais estejam dispostos a adotar o improviso e a reflexão3. A teoria da reflexão-na-ação requer que os profissionais questionem a estrutura dos pressupostos dentro de seus conhecimentos profissionais militares4. Para que os comandantes e os oficiais de estado-maior se disponham a tentar novas abordagens e a realizar experimentos em reação a situações-surpresa, é preciso que analisem de forma crítica as heurísticas (ou
“regras práticas”) com base nas quais eles tomam decisões e que compreendam como elas podem gerar vieses. O caráter institucional do processo decisório militar (MDMP, na sigla em inglês), a nossa cultura organizacional e os nossos processos mentais individuais ao tomarmos decisões moldam essas heurísticas e os vieses que as acompanham.
A teoria da “reflexão-na-ação” e as suas implicações para a tomada de decisões talvez gerem incômodo entre muitos profissionais militares. Nossa doutrina consagrada para a tomada de decisões é o MDMP. O processo pressupõe a racionalidade objetiva e se baseia em um modelo linear e organizado em etapas, que gera uma linha de ação específica, sendo útil para a análise de problemas que exibam estabilidade e sejam sustentados por premissas
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