Trabalho acordão
RECURSO ESPECIAL Nº 849.632 - SP (2006/0101955-4)
RELATOR
RECORRENTE
PROCURADOR
RECORRIDO
ADVOGADO
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MINISTRO LUIZ FUX
FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
LIEGE PEIXOTO E OUTRO(S)
FORD LEASING S/A - ARRENDAMENTO MERCANTIL
MARCELO TESHEINER CAVASSANI E OUTRO(S)
EMENTA
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.
ARRENDAMENTO MERCANTIL DE VEÍCULO. INFRAÇÃO
COMETIDA
PELO
ARRENDATÁRIO.
TRANSPORTE
COLETIVO
IRREGULAR
DE
PASSAGEIROS.
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ARRENDANTE.
CONDIÇÃO DA AÇÃO. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CABIMENTO.
1. A exceção de pré-executividade é servil à suscitação de questões que devam ser conhecidas de ofício pelo juiz, como as atinentes à liquidez do título executivo, aos pressupostos processuais e às condições da ação executiva.
2. A invocação de ilegitimidade passiva ad causam, via exceção de pré-executividade, afigura-se escorreita, uma vez cediço na Turma que o novel incidente é apto a veicular a ausência das condições da ação.
Faz-se mister, contudo, a desnecessidade de dilação probatória
(exceção secundum eventus probationis), porquanto a situação jurídica a engendrar o referido ato processual deve ser demonstrada de plano.
3. In casu, o acórdão regional deferiu a exceção de pré-executividade, sob o fundamento de que: "quando há arrendamento mercantil, a empresa arrendadora não pode ser responsável pelas infrações cometidas pelo arrendatário" , revelando-se flagrante a ilegitimidade passiva ad causam da parte executada.
4. Deveras, a empresa de leasing é parte ilegítima para figurar no pólo passivo de demanda que tenha por objeto a cobrança de multa decorrente da utilização indevida do bem pelo arrendatário (possuidor direto da coisa), não se afigurando razoável exigir da arrendadora a fiscalização do uso do veículo arrendado (Precedentes do STJ: AgRg no Ag 909.245/SP, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em