tomate
Segundo a coordenadora do programa de pesquisa de hortaliças do IPA, Cristina Lemos, a variedade é resultado de 12 anos de estudos no instituto. “Um trabalho iniciado na década de 90, quando o estado de Pernambuco era o segundo produtor de tomate do Brasil, e caiu por conta do aparecimento de doenças causadas por vírus. Desde então, direcionamos um programa de melhoramento até chegar ao “Ferraz IPA 8”, destaca.
O engenheiro agrônomo e melhorista do programa, Edinardo Ferraz, que trabalhou na pesquisa e deu seu sobrenome à variedade, garante que a diferença é que esse tomate consegue se adaptar as condições do Nordeste. “O estudo foi realizado com foco em temperaturas elevadas e para desenvolver uma tolerância aos vírus predominantes no nordeste 'geminivírus', transmitido pela mosca branca e outro vulgarmente chamado de 'vira-cabeça', que queima o olho da planta”, conta.
De acordo com Ferraz, a variedade consome menos defensivos e possibilita uma qualidade da fruta. “Eu consegui juntar em uma variedade só, a tolerância aos vírus, escolher o tamanho, o formato e a firmeza. O produtor vai trabalhar sem medo e não precisa fazer tantas aplicações de defensivos, reduzindo em 80% o uso de agrotóxicos", explica.
Para testar a variedade foi cultivado meio hectare de tomates distribuidos em lotes da variedade comum e da desenvolvida pelo IPA. O fruto da variedade conseguiu um alto nível de melhoramento com uma produtividade de 80 toneladas.
O registro do 'Ferraz IPA 8' já foi solicitado. "O projeto prevê uma produção em 2015, vamos discutir ainda se haverá a distribuição gratuita ou comercialização da variedade”, argumenta