Impactos Socioambientais
Os estudos ambientais apresentados pela Companhia Brasileira de Alumínio desde 1989, quando pela primeira vez a empresa iniciou o processo de licenciamento de Tijuco Alto, sempre foram considerados incompletos e inconclusivos.
Nunca conseguiram dimensionar adequadamente os impactos da obra sobre a qualidade da água, a mudança de seu regime hídrico, a influência sobre as centenas de cavernas existentes na região, a possibilidade de ocorrência de terremotos induzidos pelo enchimento do reservatório e, principalmente, qual seria seu reflexo sobre toda a organização socioeconômica regional.
A CBA tampouco discutiu com a sociedade alternativas energéticas ao projeto. Em outubro de 2003, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu o pedido de licenciamento.
No começo de outubro de 2005, a empresa entregou novo Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da UHE de Tijuco Alto ao Ibama. Disponível no site do Ibama, é uma peça surpreendente. Em formato de estória em quadrinhos, na qual a usina de Tijuco Alto é um super-herói chamado “ Tio Juco”, o relatório tenta descrever as características sociais, econômicas e ambientais da região do Vale do Ribeira afetada diretamente pela barragem. Também descreve os potenciais impactos do empreendimento, e indica quais ações deveriam ser tomadas para reduzir as consequências negativas da execução da obra.
De acordo com o relatório, o reservatório formado pela barragem no rio Ribeira provocará uma série de impactos socioambientais na região que seriam, resumidamente, os seguintes:
::Mineração e cavernas
O reservatório de Tijuco Alto atingirá 33 áreas com potencial de mineração. Destas, 12 têm potencial de exploração comprovado. Duas cavernas serão inundadas - Gruta do Rocha e Gruta da Mina do Rocha – pelo reservatório. O Rima afirma que estas grutas representam menos de 4% do patrimônio espeleológico da região