sexualidade performática e mídia
Luca Santoro Gomes
Telma Regina Cavalheiro
A industria cultural, nas ultimas décadas, vem possibilitando a socialização e, conseqüente, multiplicação de espetáculos (Bourdieu 1996) por meio de novos espaços e meios, e o próprio espetáculo está se tornando um dos princípios organizacionais da economia, da política e da vida cotidiana (Kellner ....). As formas de entretenimento invadem a noticia, e uma cultura tablóide, do tipo infoentreterimento, invade o ciberespaço (Debord ....) – é a sociedade espetáculo que unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos contemporâneos aparentes, inclusive a sexualidade humana.
Na ausência de educação sexual abrangente e efetiva em casa e nas escolas, com freqüência as mídias irresponsavelmente introduzem sexualidade a crianças e adolescentes, seja através de nudez em revistas, piadas e insinuações na TV, até cenas explicitas pela internet. Anunciantes usam sexo para vender virtualmente tudo (Straburger, Wilson & Jordan 2011). Toda essa conversa sobre sexo e comportamento sexual contrasta drasticamente com questões de saúde atuais – gravidez na adolescência, aborto, HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A presença da TV na vida cotidiana tem importantes repercussões nas práticas escolares de crianças e jovens, e a identidade hoje não pode ser considerada imutável. , Para Santos & Silva (….), analisando os temas sexualidade e genero a partir de matérias publicadas em revistas brasileiras, torna-se cada vez mais conveniente aos adolescents apoiarem-se em receitas de estilos de vida que, subentendida ou explicitamente, difundem pela mídia os ideais de feminilidade. Juventude e pedagogias amorosas/sexuais (Soares 2006), espiadas através do extinto Fica Comigo da MTV, carregam os rastros do amor romântico, seus clichês e fórmulas e, ao mesmo tempo, instituem novas formas e linguagens para os encontros e trocas entre os sujeitos., sejam hetero ou homossexuais.