Infância, Máquinas e Violência
(Albert Einstein, Carta a Freud, julho de 1932)
O senhor admira-se do fato de que seja tão fácil entusiasmar os homens para a guerra e suspeita de que algo, uma pulsão de ódio e de destruição, atua neles, facilitando tal incitamento. Mais uma vez, não posso senão partilhar sem restrições sua opinião. (...) Ora, as atitudes que nos foram impostas pelo processo da cultura são negadas pela guerra do modo mais cruel e, por isso, erguemo-nos contra a guerra; não a suportamos mais, e não se trata aqui de uma aversão intelectual e afetiva; em nós, pacifistas, agita-se uma intolerância constitucional, por assim dizer, uma idiossincrasia elevada ao máximo. E parece que as degradações estéticas da guerra contribuem para nossa rebelião em não menor grau do que suas atrocidades. (...) Por agora só podemos dizer: tudo o que fomente a evolução cultural atua contra a guerra.
(Sigmund Freud, Carta a Einstein, setembro de 1932)
1. Por que a violência?
Como convencer jovens saudáveis a marcharem para a guerra sob o comando de um chefe? Como se explica que homens e mesmo algumas mulheres, em plena flor da idade, estejam prontos a destruir-se deliberadamente para destruir o inimigo? Questão fundamental para compreender a sociedade