Saber aprender

Saber Aprender
A maior prova da maleabilidade do ser humano é aprender, pois além de adaptar-se à realidade ele participa dela, é também a maior prova do sujeito capaz de história própria. Saber aprender é fazer-se oportunidade, não só fazer oportunidade. Enquanto a hereditariedade no processo repetitivo da evolução, a aprendizagem qualifica seus saltos, dessa forma aprender torna-se antes de tudo repelir a reprodução.
A discussão do que seria, afinal, aprender vem sendo resolvida pela postura reconstrutivista, que vai até certo ponto ter base no construtivismo, lançado por Piaget que teve como mérito divisar que a aprendizagem é, na essência, fenômeno construtivo, constituídos por saltos não lineares, incorporando os estágios anteriores. No entanto o uso do conceito reconstrução não produz conhecimento totalmente novo, no sentido de uma construção nova, parte do que já está construído, do que já está disponível, do conhecimento que está aí diante de nós. Mesmo havendo processo reprodutivo, por meio de imitações, prevalece sua reconstrução, no sentido preciso de que somos seres incapazes de copiar o comportamento. A aprendizagem representa, por isso, algo naturalmente criativo e critico, porque não repeti na situação B o que havia na situação A. A mente humana não armazena propriamente dados e informações, mas os reprocessa, reconstrói, redimensiona, revelando sempre a atividade do sujeito capaz de interpretação própria. Dessa forma a aprendizagem vem como um processo da competência política humana em detrimento do que se costuma rotular de substrato técnico instrumental.
Na prática temos dois movimentos reconstrutivos da informação vinda de fora. No primeiro, os sentidos recebem a informação externa de maneira seletiva, absorvendo somente o que é de seu interesse. No segundo, a informação já filtrada na mente passa do estado físico para o conhecimento através da atividade neuronal. Alguns autores analisam essas atividades de modo mais determinista, como,